A queda de cabelo é uma queixa frequente no consultório de dermatologia e muitas pessoas acabam buscando receitas prontas na internet no ímpeto de resolver o problema antes de buscar o atendimento médico necessário.
Primeiro é preciso entender que a queda de cabelo não é um diagnóstico, e sim um sintoma. Assim como dor no peito é um sintoma que pode significar desde gases ou doença do refluxo gastroesofágico até infarto, a queda de cabelo pode significar desde eflúvio telógeno agudo, que é a causa mais comum de queda de cabelo, até alopecia androgenética, que é o nome que damos para calvície, alopecia areata, que é um tipo de queda de cabelo auto-imune, entre outros tipos de queda de cabelo mais raros.
Eflúvio é uma palavra que deriva do latim effluvium, e significa ato de escoar, fluxo. O eflúvio acontece por uma interrupção precoce na fase de crescimento dos fios (fase anágena) e sincronização do ciclo de vários fios para fase de queda (fase telógena), por isso o nome eflúvio telógeno.
Essa mudança da fase de crescimento para fase de queda acontece por diversos fatores, como por exemplo: pós-parto, após doenças agudas (como dengue, covid), doenças crônicas não controladas (como o hipotireoidismo), stress, uso de medicações, cirurgias e deficiência de vitaminas e nutrientes.
Geralmente a queda se inicia 2 a 3 meses após o evento desencadeante e os pacientes podem chegar a perder 25 a 35% dos fios.
A boa notícia é que é um quadro benigno e autolimitado, ou seja, os fios caem por 2 a 6 meses, mas voltam a nascer, com recuperação completa e sem necessidade de tratamento na maioria das vezes.
O exame do couro cabeludo e fios feito pelo seu dermatologista associado a história clínica e em alguns casos exames complementares, vão permitir que seja feito o diagnóstico e tratamento correto.
O tratamento depende da causa e visa principalmente eliminar o fator desencadeante e portanto, tomar vitaminas, não vai tratar seu eflúvio, a não ser que a causa dele tenha sido uma deficiência de vitaminas diagnosticada.